O In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical – anunciou hoje o vencedor da Competição Nacional de sua décima-sétima edição.
O filme “Brasiliana – O Musical Negro Que Apresentou O Brasil Ao Mundo“, dirigido por Joel Zito Araújo, foi indicado pelo júri desta edição como o melhor filme da Competição, que reuniu mais outros filmes – recorde de participantes em toda a história do festival.
Segundo o júri, composto por Viviane Pistache (pesquisadora e crítica de cinema), Dácio Pinheiro (cineasta e produtor) e Gilberto Porcidonio (jornalista, roteirista e escritor carioca), o filme vencedor reconstrói uma história fundamental, revelando um Brasil que, por 25 anos, circulou pela Europa com um espetáculo musical de corpo de baile, maestro e trilha sonora, e que ainda permanece desconhecido do grande público. A obra combina uma rigorosa pesquisa de arquivos a uma direção sensível, que reafirma o cinema negro como parte essencial do cinema brasileiro em diálogo com o mundo.
O júri também concedeu menção honrosa ao documentário “Amor e Morte em Júlio Reny”, de Fabrício Cantanhede, por sua narrativa ousada construída a partir de arquivos raros e depoimentos íntimos de um dos personagens mais injustiçados do rock nacional.
O filme vencedor “Brasiliana – O Musical Negro que Apresentou o Brasil ao Mundo”, ganha uma sessão especial no dia 22 de junho, domingo, às 19h30, na área externa da Cinemateca Brasileira, com entrada gratuita. Já o documentário “Amor e Morte em Júlio Reny”, está disponível na plataforma Sesc Digital, até 26/06.
Leia abaixo a justificativa do júri:
PREMIAÇÃO DO JÚRI: MELHOR FILME
Algumas tramas que sedimentam imaginários sobre nossa brasilidade ainda aguardam a necessária lupa da História.
Este ano o festival premia um filme que tanto diz sobre um Brasil que samba e sangra, mas que é absurdamente desconhecido, ainda que profundamente familiar. Um filme que reconstrói uma história fundamental, sobre um Brasil que por 25 anos circulou pela Europa, com corpo de baile, maestro e trilha sonora e que escreveu um capítulo da nossa história, agenciando talentos e sonhos de modo (in)consciente. Um filme que resgata uma pesquisa de arquivo que é um patrimônio imemorial, com direção de um cineasta que tem pavimentado a história do cinema negro como cinema brasileiro na diáspora.
Assim, o prêmio de melhor filme do In-Edit Brasil 2025 vai para Brasiliana – O Musical Negro Que Apresentou O Brasil Ao Mundo, de Joel Zito Araújo.
PREMIAÇÃO DO JÚRI: MENÇÃO HONROSA
O In-Edit Brasil concede menção honrosa para um filme que teve a coragem de ser ousado, narrado com arquivos raros e depoimentos em primeira pessoa de um grande gênio injustiçado do nosso cancioneiro. Um filme que nos apresenta um homem habitado por talentos, amores, dores, fé, sorte e feitiços, como um herói que assume a força e as polêmicas de seu tempo. Assim, a menção honrosa vai para um documentário que homenageia um personagem que é a plena tradução da ode ao fracasso, por ser genial e azarado demais. Assim, a menção honrosa vai para Amor e Morte em Júlio Reny, de Fabrício Cantanhede.


